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sábado, 22 de outubro de 2016

Ansiedade


A ansiedade é algo comum nos seres humanos. Mas quando em excesso pode prejudicar o funcionamento das pessoas causando sofrimento. Para combater essa ansiedade excessiva podemos utilizar fármacos que reduzem significativamente os níveis de ansiedade. 
Esses fármacos são chamados de ansiolíticos, e combatem os transtornos de ansiedade. Existem alguns tipos de ansiolíticos, entretanto o mais utilizado é do tipo Benzodiazepínico. 
Este fármaco é um ansiolítico gabaérgico, depressor do Sistema Nervoso Central, possui efeitos sedativos e hipnóticos, pode servir como anticonvulsivante e miorrelaxante, causa dependência química, tem um T GI grande e deve ficar longe do uso de álcool. 
Os principais benzodiazepínicos em uso clínico são: 

Diazepam, 
Midazolam,
Clonazepam, 
Alprazolam, 
Clordiazepóxido, 
Clorazepam, 
Clorazepato, 
Estazolam, 
Flurazepam, 
Halazepam, 
Lorazepam, 
Oxazepam, 
Prazepam, 
Quazepam, 
Termazepam e 
Triazolam. 

A escolha do melhor benzodiazepínico a ser utilizado em cada paciente vai depender do tempo de meia vida de cada fármaco. O tempo de meia vida é o tempo necessário para que a concentração de uma determinada substância circulante se reduza à metade (50%) em sua biotransformação. 
As vantagens do tempo de meia vida curta é que a droga apresenta uma menor sedação diurna e não ocorre nenhuma acumulação diurna. As desvantagens é que precisa tomar o medicamento mais frequentemente; as síndromes de abstinência são mais frequentes e severas; e ocorre insônia rebote e amnésia anterógrada (especialmente com Triazolam -Halcion®). 
É importante observar que alguns ansiolíticos são mais potentes que outros (entenda-se potente como aquele ansiolítico que apesar da dose menor possui o mesmo efeito de outro com uma dosagem maior) como por exemplo o Clonazepam(rivotril), com uma dosagem de apenas 0,25mg possui o mesmo efeito que o Diazepam com 5mg. Deve-se evitar que pacientes com história de alcoolismo e abuso de drogas façam uso deste medicamento. 

MECANISMO DE AÇÃO 


O uso de Benzodiazepínicos potencializa a ação do ácido gama- aminobutírico (agonista GABAérgico), principal neurotransmissor inibitório do SNC, no sistema límbico, causando a abertura dos canais de cloreto (Cl-) que conduz há uma hiperpolarização da membrana neuronal e portanto, uma lentificação na condução do impulso nervoso. 


Os Benzodiazepínicos podem ser administrados por via oral, retal, intramuscular, e endovenosa. Sendo a ultima via em casos de sedação pré-operatória, no tratamento de convulsões ou para sérias emergências psiquiátricas 

Em pacientes idosos ou com problemas hepáticos graves, o benzodiazepínico utilizado é o Lorazepam(lorax) pois são metabolizados somente por conjugação com o ácido glicurônico e não têm metabólitos ativos. 
O uso de Benzoiazepínicos causa dependência se usado por mais de seis meses, por isso, recomenda-se sempre a utilização da dose efetiva mais baixa possível e apenas pelo menor tempo necessário para o alívio dos sintomas. 

A suspenção do uso de Benzodiazepínicos pode ocasionar o retorno temporário dos sintomas originais, como ansiedade e insônia em uma intensidade bem maior. Causando mudanças de humor e inquietação. A isso damos o nome de rebote. Já quando ocorre a suspensão dos Benzodiazepínicos e os sintomas originais retornam, dá-se o nome de recaída. A abstinência em contraste com a recaída e o rebote, geralmente inclui sintomas que o paciente não experimentou anteriormente. 


A síndrome de abstinência inclui: ansiedade, irritabilidade, insônia, tremores, sudorese, fadiga, taquicardia, hipertensão, delirium, letargia, anorexia, náusea, convulsões, diarreia. Geralmente não ocorre fenômeno de tolerância (aumento gradual da dose para obter o mesmo efeito), mas alguns pacientes podem desenvolver tolerância aos benzodiazepínicos levando ao aumento das doses e abuso. Amnésia anterógrada pode ocorrer usando doses terapêuticas, com risco maior em maiores dosagens. 

A retirada dos benzodiazepínicos deve ser feita de forma gradual. Primeiro diminui 50% da dose diária, em seguida de forma mais lenta reduz 25% da dosagem, e por ultimo, mas muito lentamente reduz 25%. Vale ressaltar que a taxa de redução da medicação deve ser sempre adaptada a cada paciente. Interações dos Benzodiazepínicos com outras drogas. 

Os antiácidos diminuem a absorção de benzodiazepínicos. 

Cimetidina; 
dissulfiram; 
eritromicina; 
estrogênios; 
fluoxetina; 
isoniazida 
aumentam níveis de benzodiazepínicos. 

Anti-histamínicos; 
barbitúricos; 
antidepressivos; 
tricíclicos e etanol aumentam a depressão do SNC. 

Carbamazepina diminuem os níveis de benzodiazepínicos. 

Deve-se evitar que pacientes com história de alcoolismo e abuso de drogas façam uso deste medicamento. Ansiolíticos não Gabaérgicos - Agentes Serotorinérgicos Os agentes serotorinérgicos regulam a síntese e liberação de serotonina. A serotonina é resultado da biotransformação do triptofano que é armazenado dentro de vesículas no citoplasma do neurônio pré-sináptico. 


Nessa membrana pré-sináptica existe receptores de recaptação da serotonina liberada na fenda e receptores chamados de 5HT1A, nos quais a serotonina da fenda pode se ligar a eles que são então ativados (possibilitando a entrada da serotonina de volta para dentro do neurônio pré-sináptico). Regulam assim por feedback negativo a liberação de serotonina. 
O receptor 5-HT1A é capaz de fazer essa regulação pois é um receptor acoplado a proteína G, podendo exercer ação inibitória sobre a síntese de serotonina. Up-regulation. A Buspirona é um agonista parcial de receptor 5-HT1A e por isso diminui a serotonina na fenda. Além de ser um antagonista dopaminérgico. 5-HT1A pré-sináptico são auto-receptores localizados no corpo celular e nos dendritos (auto-receptores somatodendríticos). 
Atuam através da detecção da presença de 5-HT, com os quais eles se acoplam, ocasionando a interrupção do fluxo de impulsos neuronais dos neurônios 5-HT com consequente diminuição da liberação de serotonina. 
Existe, portanto, um circuito de feedback, (retroalimentação), entre a região somatodendrítica e sináptica: quando existe uma diminuição de 5-HT na região somatodendrítica, menos receptores 5-HT1A pré-sinápticos se acoplam ao 5-HT, causando um aumento do fluxo axonal, que resulta numa liberação maior de 5-HT da região pré-sináptica. O efeito da Buspirona é semelhante ao Diazepam. 
A diferença é que não produz sedação importante, não há interação com álcool e não induz dependência. 
Os agonistas parciais dos receptores de serotonina 1A, como a buspirona, podem reduzir a ansiedade por meio de ações tanto nos auto-receptores somatodentríticos pré-sinápticos quanto nos receptores pós-sinápticos. As ações pré-sinápticas estão provavelmente mais relacionadas aos efeitos ansiolíticos e as ações pós-sinápticas aos efeitos colaterais, como náuseas e tontura. 

A Buspirona é uma boa alternativa em relação aos benzodiazepínicos no tratamento prolongado da TAG e dependentes químicos. 

A desvantagem é que seu temo de latência é maior, cerca de uma a duas semanas. Outros fármacos com propriedade ansiolítica são: antidepressivos, beta-bloqueadores, e agonista alfa 2. Os antidepressivos utilizados no distúrbio do pânico são clomipramina- anafranil® e imipramina - tofranil ®) 

A Clomipramina é útil no tratamento dos distúrbios obsessivo-compulsivo. E são usados também em distúrbios de ansiedade generalizada com elevada possibilidade de abuso de benzodiazepínicos. Quando existe uma hiperatividade dos receptores beta pós-sinápticos a ansiedade aumenta. 
Por isso o Propanalol, um betabloqueador age bloqueando os receptores beta pós-sinápticos, diminuindo assim a ansiedade. A clonidina - atensina®, um agonista alfa 2 ocupa os autoreceptores e diminui tanto a descarga neuronal quanto a liberação de NA, resultando em efeito ansiolítico.

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