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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Ampliadores Cognitivos


Ampliadores cognitivos, também chamados de nootrópicos, aprimoradores cognitivos e drogas inteligentes são medicamentos sintéticos ou fitoterápicos que atuam melhorando os níveis de atenção, concentração e memória. Foram criados inicialmente para tratar transtornos psicológicos, como o de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e a narcolepsia (distúrbio crônico do sono que causa sonolência excessiva durante o dia). 
Como são capazes de aumentar o poder cognitivo, as habilidades mentais, incluindo a memória, capacidade de concentração, motivação, ou mesmo humor, tem sido usado atualmente de forma indiscriminada como “doping mental” por estudantes e profissionais de diversas áreas. O primeiro nootrópico sintético foi o Piracetan. Um dos principais mais conhecido é o Metilfenidato (Ritalina). 

Metilfenidato e Dextroanfetamina (d-anfetamina) são estimulantes que atuam liberando dopamina nos terminais dopaminérgicos pré-sinápticos, aumentando a atenção. A d-anfetamina se liga seletivamente ao transportador dopaminérgico pré-sináptico no neurônio dopaminérgico, bloqueando a recaptação de dopamina e promovendo sua liberação. 
Metilfenidato em comparação com a d-anfetamina, parece agir menos rápido, mas com uma ação mais prolongada. Existe também as l-anfetaminas, que liberam além de dopamina, a noradrenalina por mecanismo similar. 
Três neurotransmissores estão envolvidos no processo de atenção, dopamina, noradrenalina e glutamato. 

Existe a pemolina que possui uma alta toxidade hepática. E a metanfetamina que possui um grande potencial de abuso. Nas vias dopaminérgicas mesocortical estes fármacos atuam facilitando a fluência verbal, deixam a pessoa mais vigilante durante funções executivas, contribui com a manutenção e concentração da atenção, além de modular o comportamento, melhorando as relações sociais e deixando o individuo em estado de alerta. Nas vias noradrenérgicas pré-frontal mantém o foco e a atenção, dá disposição àqueles menos dispostos, deixa a pessoa mais motivada e em estado de alerta. 

NOVOS AMPLIADORES 

Inibidores da fosfodiesterase tipo 4 (PDE4) - Rolipram ® 

Aumenta a disponibilidade da proteína BNDF dentro do neurônio, responsável pela memória de longo prazo. 

Ampaquinas - Sunifiram® e Unifiram®  


São derivadas do receptor AMPA. Atua fortalecendo o neurotransmissor glutamato, responsável pela memória de longo prazo. Seu receptor é inotrópico catiônico. 


Ativadores de receptores nicotínicos (Ach) 

Ativa potenciais de ação no cérebro. Está relacionado a memória. 

FUNÇÃO DO GLUTAMATO 

O glutamato é o maior neurotransmissor excitatório que temos. Contribui para a plasticidade cerebral, está envolvido em funções cognitivas no cérebro, como a aprendizagem e a memória. O excesso de glutamato pode causar neurotoxicidade, incapacidade de concentração e não melhora a memória. Existem dois receptores principais para o glutamato, o NMDA e o AMPA. O NMDA é um receptor com potencial sináptico excitatório lento. Já o AMPA atua na transmissão excitatória de forma rápida. Transfere a memória de curto para longo prazo. São receptores ionotrópicos, captam íons catiônicos promovendo despolarização dos neurônios, e comunicação entre si. 

DOENÇA DE ALZHEIMER 

Alzheimer é um estado de demência causado pela diminuição de acetilcolina na fenda sináptica ou pela alteração das proteínas beta – amiloide no DNA (21, 14, 1). É uma doença progressiva que ocasiona a perda de neurônios. Começa a se manifestar com perda leve de memória, até completa neurodegeneração e consequente morte. Existem duas principais formas de tratamento de Alzheimer, com os Inibidores de Acetilcolinesterase e com a Memantina. Inibidores de Acetilcolinesterase (IACHE) Funcionam como ampliadores cognitivos melhorando a memória, protege contra a neurodegeneração e modifica o processamento da proteína beta-amilóide através do receptor M1.


Donepezil (Aricept® ) 


É um dos mais modernos. Inibe seletivamente a acetilcolinesterase e forma reversível e com ação prolongada. Apresenta efeitos colaterais no TGI com pouca hepatoxidade. Pode ser utilizado concomitantemente com um antipsicótico atípico se o paciente apresentar delírios e alucinações.



Tacrina (Tacrinal® ) 

Foi o primeiro IACHE desenvolvido, mas por ser muito hepatotóxico deixou de ser usado e se tornou um fármaco de 2ª linha. Inibe seletivamente tanto a acetilcolinesterase quanto a butirilcolinesterase. Poderia ser utilizado concomitantemente com um antipsicótico típico se o paciente apresentasse delírios e alucinações. 

Rivastigmina (Exelon® ) 



É um dos melhores medicamentos IACHE, padrão ouro. Foi liberado pelo governo recentemente como adesivo transdérmico com duração de aplicação de uma semana. É um antagonista psedo-irreversível seletiva da AChE e da BuCHE em todo o cérebro, aumentando a disponibilidade de acetilcolina na fenda sináptica. Apresenta poucos efeitos colaterais. 

Galantamina (Reminyl® ) 


É um medicamento perigoso, pois pode levar a morte. Tem ação dupla: é agonista nicotínico direto e antagonista da acetilcolinesterase, liberando acetilcolina na fenda. Seus efeitos colaterais incluem náusea, vomito e efeitos colinérgicos. 

Memantina (Ebix® ) 


É um antagonista não competitivo de moderada afinidade de receptores tipo NMDA do glutamato, e assim promove uma redução da excitotoxicidade neuronal patológica induzida por esse neurotransmissor e mediada pelo cálcio. Consolida a memória de curto para longo prazo. Promove neuroplasticidade. É utilizado na fase tardia da doença. Seus efeitos colaterais são tontura, confusão mental e delírio. Absorção oral completa e a meia-vida longa de 60-80h 

Donila Duo ® 


É uma combinação de donepezila com memantina. Atuam como antagonistas da AcHE e da BuCHE e dos receptores NMDA.






Outros fármacos úteis 

Antipsicóticos atípicos e antidepressivos.

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